Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











terça-feira, março 21, 2006

Combates na Guiné Bissau (4)

Um dos antigos apoiantes da Junta Militar, o grupo de oficiais que se revoltou contra Nino Vieira em 1998, disse hoje, em Bissau, que não havia qualquer razão para o exército guineense lançar uma guerra contra os guerrilheiros de Casamança. Silvestre Alves lidera, hoje, um dos muitos partidos políticos guineenses, o Movimento Democrático Guineense, um partido com pouca expressão popular. No entanto, aquilo que diz reflecte o pensamento de muitos outros guineenses, que se sentem próximos dos irmãos que lutam pela secessão de Casamança do Senegal. Há cinco dias que o exército guineense desencadeou a luta e teme-se que não consiga controlar a situação. Apesar de estarem, aparentemente, entalados entre os exércitos da Guiné-Bissau e do Senegal, os guerrilheiros de Casamança têm boas possibilidades de não saírem vencidos desta batalha. Conhecem o terreno, melhor que quaisquer outros e têm o apoio da população.
Há uma estranha tendência dos chamados exércitos regulares em menosprezarem a capacidade militar dos grupos de guerrilha. A experiência já lhes devia ter ensinado que não se vence uma guerrilha… muito menos num terreno como o da Guiné-Bissau, de floresta densa, capim alto, muitos cursos de água e centenas de ilhas, quase todas desabitadas. O exército português aprendeu isso à sua própria custa, o exército senegalês já foi ali derrotado na guerra de 1998/1999, assim como o da Guiné-Conakri. A não ser que se já se tenha perdido por completo o respeito pelas populações civis e se decidam efectuar bombardeamentos aéreos…
Agora, não é este o caminho para a recuperação económica, a não ser que apenas queiram atrair vendedores de armas.

1 comentário:

Mónica Lice disse...

Espero que tudo isto termine... em paz...

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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