Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











quinta-feira, março 30, 2006

Israel, 1989 - na primeira Intifada - a rua Ben Yehuda

Em Jerusalém, a Rua Ben Yehuda é a mais visitada pelos turistas. É um local alegre com muitos cafés e lojas de souvenirs. À noite, principalmente após o Shabat, há música na rua, o passeio fica repleto de gente, quase todos jovens e turistas também, quando a situação política permite. Ainda assim, o turismo religioso mantém-se, principalmente porque os cristãos não desistem de ir a Jerusalém ver o Santo Sepulcro, pisar a calçada da Via Sacra, não desistem de ir a Belém à Igreja da Natividade, edificada por cima da gruta onde se pensa que Jesus nasceu. Enfim, há inúmeros locais de culto para os cristãos e são eles que sustentam o turismo israelita.

Igreja do Santo Sepulcro

É fácil distinguir um judeu de um não judeu. O judeu traz, quase sempre, uma arma à tiracolo. Sempre achei curiosa a simbiose existente entre cidadão e arma, em Israel. Usam-nas como nós usamos canetas no bolso. Até nas discotecas. Lembro-me de ter estado numa madrugada de sábado, numa discoteca de Jerusalém, a admirar aquela malta a dançar à volta de uma pilha de metralhadoras. De copo na mão, os israelitas divertem-se, namoram, mas sempre com a arma por perto. Era assim, pelo menos, em 1989.

Rua Ben Yehuda

A Rua Ben Yehuda… tem sido palco de muitos atentados bombistas. Não sei dizer quantos, mas tenho a certeza que foram muitos já. Sempre que leio mais uma notícia dessas, lembro-me da alegria e da aparente descontracção que ali senti. Lembro-me dos sorrisos e dos olhares que deitei às mulheres, lindas, que povoam aquelas esplanadas da Ben Yehuda. Estranhos paradoxos, não é?

4 comentários:

Isabela Figueiredo disse...

Quando nascemos no meio da guerra habituamo-nos a viver em guerra como se fosse normal.
Cada vez me convenço mais que a minha inconstância está relacionada com o facto de entre os 12 e os vinte e tal não ter tido nada fixo, nem uma gaveta, e arrumar a roupa de vestir numa mala de viagem que tinha debaixo da cama. Somos o que aprendemos.

Ritinha disse...

Olá e obrigada por teres visitado o meu blog e comentado... Este último post sobre Israel está bastante interessante, é fascinante apercebermo-nos da diversidade de culturas e comportamentos humanos que existem no mundo..E é muito bom que exista quem nos abra os olhos para isso.

Beijinhos

Su disse...

gostei do paradoxo...está presente em todo o texto
viver com guerra, deve ser assim mesmo, tudo se banaliza, até a arma que acaba sendo como uma caneta:)
jocas maradas

Avó do Miau disse...

Passei para ver as novidades sempre interessantes e desejar-lhe a continuação de uma excelente semana!
Um abraço amigo,
Daniela mann

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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