Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











sexta-feira, outubro 20, 2006

Os elefantes também choram

Nunca matei um elefante, mas já comi a carne. No Congo (ex-Zaire), durante a guerra civil, muitas populações sobreviveram graças às proteínas da carne de animais selvagens e muitos elefantes foram mortos. Foi nessas circunstâncias que comi carne de elefante, várias vezes. Não havia outra coisa para comer.

Mas também me emocionei a vê-los em liberdade e segurança, como aconteceu no norte do Quénia, num sítio chamado Sweetwaters, perto de Nanyuki… Sweetwaters é uma reserva natural onde muitos biólogos de todo o Mundo vão realizar pesquisas científicas. Fui lá visitar um desses coca-bichinhos, Tom Butinsky, americano, especializado em pássaros que passava os dias de gravador na mão e binóculos nos olhos a espiar aves canoras.

Para chegar a casa dele, percorríamos vários quilómetros por uma planície de savana e, um dia, demos com uma pequena manada de elefantes que se deleitavam na lama de um charco. A manada tinha crias e foi emocionante sentir a fraternidade que existia entre os elementos do grupo. Habituados a serem espiados, os elefantes não se sentiram ameaçados pela nossa presença e pude fotografá-los à vontade embora não fosse prudente aproximar-me demasiado. As fotos que aqui vos mostro são a memória desse momento.

Os elefantes também choram, diz Barbara Gowdy no livro "O Osso Branco", editado pela Quetzal. E eu juro que os ouvi rir.

5 comentários:

inominável disse...

pois... mas como diz o filme do R. Polansky, sem falarmos agora em cavalos... "Os elefantes também se abatem"...

Maite disse...

Caro CN

Também já ouvi falar que os elefantes também choram quando algum membro da manada morre e que cada elefante, quando se aproxima a hora da sua morte, se dirige para um sítio determinado a que "chamam" o cemitério dos elefantes.
Mas nesta última foto até nós podemos ouvi-los rir :)

Uma boa tarde para si

Anónimo disse...

Sempre foi o meu animal selvagem preferido. Tem uma dignidade!

Ida disse...

Decididamente, já que estamos em citações, (e após ler o post de ontem) não me lembro se foi um inglês, americano ou francês, escritor de ficção ou filósofo, mas não resisto à comparação entre a frase "quanto mais conheço os homens, mais estimo os animais" e esta, de minha autoria: Quanto mais conheço os paquidermes políticos, mais gosto desses outros, enlameados paquidermes do bem, sem nenhuma mancha na alma que se compare às do corpo.

My Rock disse...

Olá!
Confesso que aqui vim parar por acaso...
Estava a pesquisar um livro que li já lá vai um tempo... e vim parar aqui!
Gostei muito deste post... ainda que antigo... e portanto queria deixar cumprimentos.
O livro que li foi... Quando os elefantes choram! Adorei!
Beijinhos.

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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